O amigo judeu.
Fomos eu a Roberta e a Leona, ao
Posto de Saúde da Rua Vitorino Camilo para uma consulta da Roberta ao
oftalmologista.
Gosto desse posto. É agradável,
arejado e cheio de filas de espera. Todo tipo de gente, incluindo muitos
estrangeiros. Bolivianos, chineses, africanos e haitianos.
O que me surpreendeu dessa vez
foi ter encontrado um judeu na fila. Um rapaz de uns trinta anos, ruivo,
barbudo, camisa branca, sapatos e calça social pretos, aquele cordãozinho amarrado na
cintura, kipá e, claro, as trancinhas.
Não estava suficientemente perto
para ouvir o que ele perguntou ao atendente, mas este respondeu sorrindo muito.
Ao sair o rapaz judeu nos
ofereceu uma senha de atendimento que ainda tinha, nós não precisávamos, mas
brincando perguntei se ele não nos daria a sua senha do banco. Ele, brincando
nos disse: “talvez a do cofre”, e nos presenteou com um lindo sorriso. Foi
embora e nos despedimos acenando.
Talvez nunca mais o veja. Considero-o
um amigo.